quarta-feira, 13 de junho de 2012

Músicas viciantes do mês: Maio/Junho

Nem tudo pelo que eu me vicio em termos musicais é novo, nem inédito. Muitas vezes eu passo a ouvir melhor aquele música que nunca tinha dado muita atenção e acabo me fascinando por algum motivo, seja a letra, os riffs de guitarra, a linha de baixo ou qualquer outro elemento de melodia, harmonia ou ritmo. Nesses dois meses, maio e o início de junho, fiquei realmente viciado em músicas de estilos bem diferentes, novas e velhas, então vou começar pelas velhas:

Hail Mary - Tupac ft. Outlawz: Desde o espantoso ressurgimento de Tupac Shakur, morto há 16 anos, no Festrival de Coachella em um show dos seus antigos parceiros Snoop Dogg e Dr. Dre, na forma de um "holograma" - uma projeção, na realidade - no qual "cantou" esse música, ela tem me impressionado. O refrão é muito bom, fica na cabeça, e as rimas do "Makaveli" também não ficam atrás. O conjunto da obra faz com que a música seja excelente, e me faça ouvi-la praticamente todo dia nesses pultimos 30 dias.


Legendary Child - Aerosmith: Apesar de ter sido lança da como single esse ano e de estar garantida no novo álbum do Aerosmith, esse música é de 1991, do tempo em que Steven Tyler e cia. gravavam o disco "Get a Grip". O que mais chama atenção nessa música são os riffs de guitarra do Joe Perry e o forma quase hipnotizante com a qual Tyler canta o refrão. Quanto aos riffs, a semelhança com os da música "Wanton Song" do Led Zeppelin são evidentes, mas isso não é lá muita coisa quando se copia do "maior ladrão da música negra americana", Jimmy Page, nas palavras do sábio Homer Simpson.


No Church in the Wild - Jay-Z & Kanye West ft. Franck Ocean e The Dream: Mais uma vez os amigos, cumpadres e rappers Jay e Kanye me surpreendem. Depois de me fazerem achar "Otis" a melhor música de rap dos últimos tempos e me fazerem mudar de idéia ao ouvir "N**gas in Paris", os dois voltam a me surpreender com "No Church in the Wild". Não vou entrar no mérito de que essa música seria anti-religiosa, illuminati, ou qualquer outra conspiração (verdadeira ou não). O fato é que a música é muito boa, desde a produção, com uma batida espetacular, até os versos de cada um dos rappers e o refrão cantado por Franck Ocean - em um dos raros momentos em que eu curti o uso do auto-tune (deve ter sido coisa do Kanye) - que traz a principal mensagem da música: "O que é deus para quem não acredita em mada?".



Pumped Up Kicks - Foster The People: Eu só fui conhecer essa banda na última edição do Grammy, no início desse ano, onde a banda se apresentou no tributo aos Beach Boys, tocando "Wouldn't It Be Nice" com grande competência. Também tinha ouvidos pelo "Fifa 12" que tem uma música deles na trilha sonora do jogo. Até que ouvi Pumped Up Kicks (obrigado, Mombelli), que me deixou também muito impressionado e esperançoso com o rock atual. A atmosfera leve e animada da música talvez seja o seu ponto alto, fazendo dela uma das melhores dos últimos tempos.



R U Mine - Arctic Monkeys: Alex Turner e os outros "macacos do ártico" cresceram, deixaram de ser alternativos, e continuam fazendo boa música. R U Mine é um excelente exemplo disso. Com um pouco mais de peso nas guitarras e na voz, a música é capaz de agradar tanto os fãs indies da banda quanto os ouvintes eventuais, que conhecem pouco da banda. E são músicas e bandas como essa que ainda me fazem acreditar que o rock não está tão morto assim como querem te fazer acreditar...



PS: Sim, Illuminatis existem, mas não necessariamente são satanistas.
PS2: "Busquem o conhecimento" BILU, E.T.

terça-feira, 6 de março de 2012

Músicas viciantes do mês - Fevereiro

Vou tentar escolher 5 músicas que eu tenho ouvido (todo dia, sem parar) com uma certa frequência nos últimos dias e compartilhar com vocês.

1- Runaway Baby - Bruno Mars:
http://www.youtube.com/watch?v=mUxqrLxJa5k

Ouvi pela primeira vez no Grammy, em fevereiro, e a música realmente me conquistou. Não sei se é pelo riff de guitarra contagiante, os metais que lembram o auge na música negra americana ou o grande tributo ao mestre James Brown, mas não consigo parar de escutar desde aquele dia.

2- N**gas in Paris - Kanye West e Jay-Z:
http://www.youtube.com/watch?v=gG_dA32oH44&ob=av2n

Não tem como deixar de se "viciar" em N**gas in Paris. A batida é espetacular, as rimas e versos dos dois rappers são muito boas, e o final da música tem a marca registrada do Kanye.

3- Tomorrow Never Knows - The Beatles
http://www.youtube.com/watch?v=6a3NcwfOBzQ

Nunca fiquei, e nem pretendo, usar LSD, mas tenho certeza que a sensação deve ser muito parecida com a guitarra cheio de efeitos que, junto com uma letra extraordinária, a voz alucinada do John Lennon e a viajante linha de bateria do Ringo Starr fazem dessa música uma das mais psicodélicas de todos os tempos.

4- Doing That Thing You Do - The Wonders
http://www.youtube.com/watch?v=fzllVlzzeuo

Viciante. Ainda mais quando você pretende aprender a tocar ela na guitarra e decorar a linha de baixo. É a melhor música da melhor banda que nunca existiu de verdade.

5- Balada Boa - Gusttavo Lima
http://www.youtube.com/watch?v=5NNi4JIwsCo

Podem falar o que quiser do sertanejo universitário, menos que as músicas não grudam na sua cabeça. De tanto ouvir acabei gostando, tanto pelo ritmo bem dançante e com a ajuda sempre valiosa da sanfona, quanto pela letra genialmente boba e pegajosa.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Grammy e as "good vibrations" sobre o futuro da música

No último domingo aconteceu o 54º Grammy Awards, a principal premiação do mundo da música, ou como dizem, o "Oscar da música". Analisando-se os indicados e vencedores pode-se chegar várias conclusões acerca do futuro da música.

A grande vencedora do noite - e não podia ser diferente - foi a cantora britânica Adele, com 6 Grammys, recordista de vendas de discos (sim, as pessoas ainda compram CD's) no ano em todo o mundo, principalmente devido aos dois estrondosos sucessos "Someone Like You" e "Rolling In The Deep". A nova esperança da música mundial, que tem apenas 22 anos, ganhou todos os principais prêmios da noite, incluindo melhor canção e melhor gravação, com "Rolling in the Deep", e melhor álbum, com "21". Além de tudo, fez uma performance espetacular cantando sua música premiada, algum tempo depois de operar as cordas vocais, mostrando que a voz continua a mesma.

O segundo lugar do ranking de premiações ficou com o Foo Fighters, da ex-bateirista do Nirvana e já veterano do rock Dave Grohl, que ganhou todas as categorias relativas ao gênero. Kanye West também levou pra casa alguns prêmios, incluindo o de melhor música de rap, com "Otis", junto com seu parceiro Jay-Z, dominando a categoria de rap.

O grande injustiçado da noite foi o cantor Bruno Mars, que,  pode-se dizer, ficou em segundo lugar em todas as categorias vencidas pela Adele, graças ao seu excelente álbum "Doo Wops & Hooligans". Bruno foi outro que fez uma performance muito boa, cantando "Runaway Baby" e se aventurando em alguns passos de dança do grande gênio da música negra americana, James Brown.

As premiações e os performances realizadas durante a festa apontam para uma direção: o talento, ainda, se sobressai. A grande consagração de Adele, Foo Fighters e Kanye West e o grande sucesso das apresentações de Bruno Mars, Coldplay, Beach Boys e Paul McCartney só confirmam que, apesar de presenciarmos uma grande invasão de "artistas" que não conseguem dançar e cantar ao mesmo tempo, que precisam da ajuda de programas de computador pra manter a afinação, e que apostam tanto na imagem que se esquecem que música é pra ser ouvida, no final é o talento que realmente vence, seja vendendo mais discos ou ganhando mais prêmios.

Querendo ou não, as pessoas ainda se encantam muito mais pela voz naturalmente afinada, pela habilidade de tocar um ou mais instrumentos musicais, pela criatividade na hora de compor músicas e escrever letras. Por mais que ainda haja muita gente de qualidade questionável fazendo sucesso, a tendência é - e sempre foi - que somente os melhores sejam lembrados daqui a 10 ou 20 anos, e recebam homenagens tão significativas, como aconteceu com a Etta James, a Whitney Houston, o Clarence Clemons, o Tom Jobim e muitos outros músicos e artistas de verdade.

O "lixo comercial" que inunda as rádios, programas de música na TV e até as premiações sempre existiu, mas tem tomado proporções gigantescas atualmente (digamos que desde a segunda metade da década passada). Mas é muito fácil perceber que a situação está mudando. Parece que as pessoas estão se cansando das vozes robóticas de autotune, e o sucesso de artistas verdadeiramente talentosos pode ser um alerta para as gravadoras apostarem mais no novo, no diferente, no criativo.

Considerações finais:

- A crise que vivem o rock e o rap é muito grave. Foo Fighters e Kanye West/Jay-Z ganharam praticamente sem concorrência.
- A Nicki Minaj é tão esquisita quanto a Lady Gaga, mas tem menos talento e mais bunda.
- Música, ainda bem, não envelhece. Bruce Springsteen, Paul McCartney, os Beach Boys, Tony Bennett e Glen Campbell estão aí pra provar isso.
- Ainda bem que o Grammy não é organizado pela MTV, senão o Justin Bieber e a Lady Gaga seriam os maiores vencedores.